A
Sociabilidade nas pequenas
Comunidades
alentejanas.
A
realidade da sociabilidade nas pequenas
comunidades alentejanas, que
saibamos, não chega , (como em quase todo
o espaço rural do país), para justificar o nome de “comunidade”.
E…talvez
se deva a esta realidade mal e pouco estudada, muitas das dificuldades em
conseguir uma maior e mais rápida ascensão cultural e o correspondente
progresso das populações rurais.
Crê-se…parece
ser assim…Será?
Na maioria
dos casos, nasce-se, vive-se e morre-se, em casas nas quais, sempre se falou
das mesmas coisas, se glorificou os mesmos santos e pecadores, os mesmos
pecados.
Os mesmos
valores, sempre se fez, como sempre se tinha feito, sempre se rejeitou o
diferente, sempre se falou baixo e se guardou com pudor extremo os segredos da
casa, cada casa, é a “capela” onde se adoram os mesmos símbolos e se guardam as histórias das vidas de quem lá mora
e de quem lá morou.
As histórias de vida, mas também as crenças e os
pensamentos, os anseios e ilusões e as verdadeiras impressões sobre o Mundo de
hoje.
Casas que ninguém
de fora frequenta, e de onde os moradores não saem
para ir às
casas vizinhas, dos amigos (desconhecidos)
que, apesar de vizinhos: - têm lá as ideias deles.
Uma vida
inteira sem recorrer a qualquer pretexto
evocativo capaz de justificar uma abertura deste espaço “ íntimo” para uma
refeição, uma conversa, uma confraternização,
ou uma
troca de opinião ou de informação que possibilite a mínima possibilidade de
entre - ajuda para resolver um problema pessoal ou aumentar o próprio conhecimento cívico e cultural,
atrofiado pelo reduzido e redutor espaço da sua “CAPELA”.
Certo, em
alguns casos há a fuga até à catedral do lugar. A Praça ou o Largo, ou o Café
ou a Tasca, porém parece que ao sair de casa; os assuntos que têm a ver com a
“CAPELA” são TABUS para as conversas de café.
Seja como for, como aqui esboçamos, ou de outra maneira, melhor ou
pior, pensamos que uma análise séria e mais próxima da realidade se impõe,
porque, aparentemente o:
Isolamento
Social das pessoas e famílias das
pequenas comunidades rurais, pode ser um travão ao desenvolvimento cultural
destas populações, que importaria combater.
C.
Mortágua
Alvito,
Julho de 2019
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