sábado, 28 de setembro de 2019






As modas agrícolas.

Vamos sempre atrás,
 apanhando os restos dos grandes ciclos.

Desde os anos 50 do século passado, o Estado da Califórnia com uma área agrícola superior à Portuguesa, construiu e implantou  talvez o maior e mais importante centro
Mundial Produtor de frutas frescas e frutos secos .
O Governo Nacional e Estadual, ao mesmo tempo que se empenhava na divulgação e promoção da marca “Califórnia”, apoiava a produção, assistindo financeira e cientificamente os produtores, criando – lhes  condições de atractividade, rendimento, e apoios para a comercialização  nacional e exportações protegidas e estáveis.
Atingidas as  escalas de produção e rentabilidades suficientes  para usufruir de influência decisiva a nível do mercado mundial, dedicaram-se a promover o consumo mundial dos seus produtos e manter e proteger o crescimento contínuo da sua produção.

Esta estratégia, aparentemente sem nada de original, teve nos níveis e intensidade dos meios de suporte e ajuda, sobretudo a nível das políticas públicas, o seu principal trunfo.- Uma convergência global de todas as energias do território, suas populações e governos.
Os investimentos públicos dos anos 30/50 do século passado, investimentos colossais
para resolver o problema da água na Califórnia , colossais, mesmo para uma América pujante de juventude e ambição, foram a base para a construção da economia da Califórnia de nossos dias.
(enquanto os grandes aquedutos para transportar a água ao longo de mais de mil quilómetros do norte para o sul , eram obras universais de primeira grandeza e tecnologia; concebidos , decididos e realizados sem hesitações durante três décadas,
Não podemos deixar de pensar, todas as diferenças de escala ponderadas, nesses 30 ou 40 anos que entre nós foram necessários para chegar da concepção á construção do Alqueva. Eis, nua e breve, a
Realidade das coisas!
Enfim…como parece não haver  - “bela sem senão”   e, como diz a razão, tudo tem o seu fim – a ambição humana foi afastando os limites de crescimento (mal dos tempos)
e acabou por esbarrar na falta de água para dar vida a tanta produção.
Seguiram as querelas e disputas, as chamadas guerras da água entre citadinos e rurais: Los Angeles e os produtores agrícolas, parece que ainda não acabaram, o que obriga os
dinâmicos produtores californianos e o próprio estado a procurar alternativas, alternativas que surgem (embora em pequena escala face á dimensão do problema) como por acaso, durante a visita de agricultores alentejanos à Califórnia-visita organizada por gente insuspeita de defender interesses não evidenciados. Nomeadamente:
Magos Irrigation Systemes , Consultores para a agricultura CONSULAI, EDIA, CCDR-ALENTEJO, ADRA-Agència de Desenvolvimento Regional do Alentejo)

.



E…depois de termos plantado, semeado, arrancado e replantado tantas oliveiras e outras espécies promissoras de futuros rentáveis, cÁ estamos nós a iniciar mais um ciclo, o ciclo da amendoeira…mas desta vez é que é!
Segundo se diz, já temos plantados cerca de 12. mil hectares de amendoeiras, mais ou menos 7000 só na zona do  Alqueva. E ,cada dia que passa, a ansiada e futura dominante do belo espectáculo das amendoeiras em flor (será que estas dão flor) já nos enche de regozijo! Já não será só o Algarve, também teremos o Alentejo em flor.!
Povo solidário, mal a água se juntou, demos provas concretas dessa solidariedade , disponibilizando - a necessária para evitar que os produtores californianos tenham que reduzir 30 a 40% das suas produções o que seria causa dum surto de desemprego.
Por outro lado, ao que parece, atingidas as 300 mil toneladas de produção, parece que o consumo das amêndoas entra num patamar de estabilização, correspondente á produção californiana.
Enfim, como nos Imensos olivais intensivos, lá iremos nós roer os ossos da carne que outros, por chegarem primeiro e terem gente competente a dirigir, nos vão atirando pelo caminho.
O azeite, a cortiça, o vinho e complementos, que podemos ir criando e defendendo, hão de resistir, até serem para outros.Mesmo que nos esqueçamos deles.







Camilo Mortágua
Setembro 2019

terça-feira, 24 de setembro de 2019







A LIBERDADE, OS PORTUGUESES  E A EMIGRAÇÃO



Também podíamos dar outra orden às palavras que formam o título, podíamos! Mas em nada alterávamos a imediata percepção dum português sobre o assunto que pretendemos abordar neste texto. Estas três palavras. – Portugal – emigração – Liberdade;. envolvem e acompanham  tão normalmente a vida das famílias portuguesas,, como o sentimento de viver e morrer.

Neste País, por natureza e bravura, fixado ao abrigo das montanhas da extremidade ocidental das terras então conhecidas, últimos redutos aquém do infinito e misterioso mar, entre pouca terra e o mar imenso, teve, desde a origem, de aprender a navegar, em terra ou no mar.
Ir--- Conhecer os outros , voltar ou não – foi sempre a motivação para superar o destino e a pobreza própria, material e espiritual, mas também, uma certa ambição, mais que desumana de  dominar “!.

Por necessidade ou ambição, tomámos o planeta por destino, e o desconhecido, pelo Paraíso! e fomos, viver e morrer por todos os países e cemitérios da terra. Por nossa vontade, submetidos à ambição de encontrar fortuna e LIBERDADE. A primeira algumas vezes encontrada, mas nunca a segunda.…- A LIBERDADE-  sempre tão mais longínqua, quanta seja a proximidade da fortuna, porque esta, traz quase sempre consigo  uma qualquer submissão,uma qualquer perda de LIBERDADE.
Sem sequer suspeitarmos ser,. nós próprios, os portadores dessa impossibilidade de conjugar riqueza com liberdade, proveniente da experiência dum mutante passado.

Sem ter experimentado individualmente a LIBERDADE, agrilhoados pela ambição histórica e colectiva da grandeza da Nação, deixamos de ter a possibilidade. – a LIBERDADE- de cuidar  dos próprios sentimentos, ocasionando a extensão sistémica do egoismo social hoje prevalecente, da qual resulta a luta de todos contra todos, cada qual em busca do maior conforto,.Primeiro a nível de grandes colectivos (países) e, depois, entre cada unidade familiar ou pessoa!..

Não conhecendo a Liberdade em nós., raramente fomos capazes de compreender o que tirávamos aos outros.
Essa carência do sentido solidário, prevalecente naquela época “heróica”, mais tarde suavizada pelos embalos reflexivos das amenidades pseudo literário – históricas,  e a natural inclinação para a suave poetização dos dramas da vida e da história; á mistura com alguma perda de coragem: parece ter penetrado fundo ao longo destes quase dois milénios constituintes da actual configuração maioritária da escala de  valores da sociedade Portuguesa,,em particular.

Sociedade, considerada ocasionalmente  de “brandos costumes - mais hipócrita? ).e: muitíssimo menos fracturante e agressiva, que nos estados e populações do norte da   




Europa, onde por influências de ordem filosófico - religiosas e culturais; carregadas de objectividades relativamente mais mercantis e materialistas, se geraram relações e conflitos intensos  e  altamente traumáticos..



As teias que os homens tecem, ao longo dos tempos, criam realidades sociológicas diferenciadas, mas, ao mesmo tempo, com linhas de força semelhantes e referenciadoras da sua época.

A atitude dos portugueses, como indivíduos e como nação, em relação ás emigrações de hoje, também são o resultado do processo histórico da criação e evolução do País, e da consciência colectiva da sua sociedade, em confronto continuo e global, com o resto do Mundo.

As grandes   manifestações públicas de solidariedade,  acontecem com mais facilidade, como resposta espontânea a uma ocorrência inesperada, pontual, merecedora dum gesto
demonstrativo único; do que , quando se trate de uma demonstração de atitude permanente contra ou a favor, de qualquer coisa que exija disponibilidade  assídua e permanente demonstração de adesão á causa.

Para ser em favor da LIBERDADE E DO Pensamento Crítico, sincera e permanentemente, é necessário muito mais que um acto espontâneo, é necessário no mínimo, ser vigilante atento e corajoso, sem medo de socialmente ser denunciante público dos actos e intenções de quem ataca e procura destruir a vida d as pessoas, impossível sem LIBERDADE.

A intensidade de uma demonstração de solidariedade, nem sempre corresponde á importância social do assunto que a motiva ou do nível de adesão social ao assunto evocado. A emigração, os refugiados, o escândalo das criminosas mortes por falta de assistência, o drama civilizacional que tudo isso significa, não tem merecido , dos Estados e populações europeias, a solidariedade que o assunto exige. Nós, portugueses, ancorados nos comportamentos alheios , ou não; temos assinalado muito pontualmente a nossa tímida desilusão pelo comportamento europeu.

Ser solidário , não pode significar  apenas dizer que está mal, é necessário, é urgente e desde sempre já tardio, que, como co-responsáveis  pelo “porto de abrigo” estejamos á altura de satisfazer condignamente ,mesmo que com algum esforço próprio, uma das maiores dívidas históricas dos povos europeus (em particular os do sul, motivo suficiente para excluir os do norte ? ) para com os povos africanos..

Sobretudo, nós, portugueses, com uma “casa pequenina”  uma casa para quem não dispõe de paz e abrigo. Nestas ocasiões, temos que dar provas de ter bem entendido a nossa própria história, de dar provas: - De que, para nós::

LIBERDADE… É SINÓNIMO DE EMIGRAÇÃO

 E,  EMIGRAÇÃO É UMA PALAVRA PORTUGESA,

 por nós bem compreendida e sentida, em todas as suas dimensões, sem atitudes infantis
de perguntar -  porquê.?

Defensores assumidos do pensamento crítico, encontramos  no acto de estender a mão solidária a alguém que se  afoga, a excepção mais que justificada, para nunca recorrer ao pensamento crítico,  antes da acção.





Camilo Mortágua
23/09/2019

sexta-feira, 6 de setembro de 2019

O crono-virus 19 e a liberdade e o pensamento crítico


IDEIAS BARATAS SOBRE A LIBERDADE


Pensamentos…são luzes para iluminar nossos caminhos; Sentimentos são as sensações que em nós se entranham, ao passar pelos caminhos  da vida..


As palavras são obedientes, ficam onde as põem
Mesmo quando dizem   não.
Ou,sem dizer nada, tremem
Pelos significados que lhes dão


a palavra das palavras é liberdade,
da vida a grande paixão,
e de  maior necessidade
mesmo na falta do pão


Para defender a LIBERDADE
é preciso palavra e acção
Não aceitar a realidade
Quando nos falta o pão


Palavras perigosas são todas AS  que sem o parecer, limitam a LIBERDADE DE CRIAR E SER.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019


QUE FUTURO
Sem pensamento crítico ?


Vejam Bem. Quando um homem se põe a pensar,,, não  há só gaivotas em terra… VEJAM BEM! ~(Zeca Afonso)


  O Normal ” é… , o íman que tudo atrai e simplifica, que tudo globaliza e branqueia, que tudo torna automaticamente conhecido e comprovado, fiável, indiscutível, reconhecido, ! Se é NORMAL…é  igual, “ao outro” ! nem merece ser discutido!  O tempo cria a tradição  e fixa continuamente o valor e o significado das coisas materiais e imateriais, normais.
                                               Classificar de “normal” uma qualquer coisa ou situação, tranquiliza, justifica a nossa preguiça mental,  -- é coisa que não necessita de  ser bem pensada nem nos desinquieta!
  O tempo tudo normaliza -  e é por isso que, quem por cá anda há mais tempo, fica mais “normalizado” e menos crítico no pensar! Talvez seja por isso que entre os quinze e os  quarenta ( mais coisa menos coisa )  é - se mais criativo e menos normal, mais atento e crítico com os tempos que se vivem.
                                               Mas não apenas, esse é também aproximadamente, o período da vida de ca um, em que se dá mais importância ao significado da nossa  passagem por este mundo, e á participação pessoal na evolução da Humanidade.     

  É pois “Normal”
                                               Que façamos veemente apelo aos mais novos e menos “normalizados”,  de alguma maneira cúmplices com o – “ Fórum LIBERDADE E PENSAMENTO CRÍTICO “ do passado 14 de Julho no Liceu Camões, para que não esperem pelo  tempo da sua normalização, para disseminar já e tanto quanto possível, na Sociedade Portuguesa e não só, as boas práticas do Pensamento Crítico.  uma das mais decisivas atitudes culturais e práticas sociais, capazes de tornarem a Humanidade mais reflexiva e atenta, sobre a infinita complexidade                                               das suas relações, em perseguição da utópica  Paz Universal.                            

A Guerra -
                                               O totalitarismo, a repressão arbitrária das consciências, o pensamento único elevado a dogma, a interdição do direito á utopia, não podem transformar-se  em – NORMALIDADES!
                                               O PENSAMENTO CRÍTICO – tem de ser alfaia capaz de rasgar a nebulosa que esconde os obscuros e contraditórios interesses que  geram as guerras , e nos roubam a LIBERDADE !
                                               O Pensamento Crítico pode e deve ser o “cimento” duma grande muralha invisível,  (“não há machado que corte a raiz ao pensamento – M...Alegre )contra todos os ataques á Liberdade individual e  à Solidariedade Social, pilares básicos de toda a Sociedade Democrática.

                                               Como formigas, é necessário construir durante os curtos verões da Liberdade, os trilhos e defesas dos  subterrâneos abrigos de inverno. A Juventude, mais e menos jovem, “enquanto há Força” deve organizar-se para esta atenta vigilância, sem esperar por quem naturalmente a  esteja perdendo.
Organizar, defender e consolidar micro células de  praticantes activos e dinâmicos Defensores do Pensamento Crítico e da Liberdade, é trabalho de cidadania consciente, merecedora de reconhecimento Social.

                                               Que a Juventude, por iniciativa própria, agarre esta bandeira, dando exemplo da sua capacidade de prevenção e responsabilidade ,participando da “normalização” do seu futuro.



C. Mortágua
Maio 2019







Reflexões para um texto sem nome..





Explicação inútil.

A minha…
É uma carência - consequência quantitativa da excessiva vontade de reter  mais informação do que posso usar, considerada de forma global e  infra – influente entre todos os significantes , para ponderação equilibrada de críticos resultados e opções.

Retenho o que julgo ser o essencial dos pensamentos, mas quase sempre perco as referências pessoais dos autores, talvez por pensar erradamente que pouco me importa quem pensa, que o importante é o sentido e valor do que se pensou.
Nunca sei quem disse, -  isto ou aquilo -  que retive, como pensamento enriquecedor  da minha maneira  de analisar e compreender um qualquer assunto.

Limitação que, apesar de tudo, causa algum incómodo quando se trata de valorizar alguém que julgamos merecedor de citação, ou suficientemente valoroso para nos acrescentar credibilidade.
Mas, assim é, e tem de ser dito.

_________________________________________________Camilo_______________


A LIBERDADE

Reconhecidos pensadores têm defendido que a LIBERDADE é uma reunião permanente sem fim., ou uma sucessão de reuniões sem fim!

Parece-me uma afirmação interessante. E porquê ? Porque intuitivamente, vejo nela uma certa força provocatória, merecedora da aplicação do “ pensamento crítico” ao seu global significado.

Por experiência própria, vivo em reunião permanente com o meu “caco – Comité de auto Análise Comportamental” sobre a Liberdade e as melhores maneiras de a defender…dai, pensar que a afirmação tem razão de ser.
 Admito que aja quem se interrogue, - então se estão sempre em reunião, não trabalham! e se não trabalham, como é que podem SER LIVRES e defender a Liberdade,?- e, pensando, mais uma vez, a resposta surge através do Pensamento Crítico.






Sim… porque, uma reunião, se for apenas uma troca de palavras entre pessoas fisicamente presentes, reagindo ao que no momento se diz, pode sensorialmente ser muito interessante e até divertida, (ainda bem) mas talvez peque por falta da objectividade que só a reflexão e a análise critica permitem, ao compor o pensamento útil, para o  consenso pretendido, Uma reunião , poderá não ser mais produtiva,por ser contínua!


 A espontaneidade dum volátil pensamento, quase sempre nos impede de avaliar as suas consequências.
Muitas destas reuniões ficam-se por aí, são reuniões, sem chegarem a ser  esforço reflectido e sério para resolver problemas, por vezes não passam de oportunidades para exibições verbais de ordem pessoal, também úteis, porque reveladoras de características importantes das personalidades de cada um.

Neste tipo de reuniões, fazem-se muitas juras de amor à LIBERDADE , que são apenas, sem que os próprios autores o saibam, simples e temporões prenúncios de populismos latentes.. .

Esta uma das razões, para as minhas reservas sobre o pretendido alcance,  de meticulosos “Manifestos”que pretendam explicar-nos as manifestações futuras de determinadas organizações.
Explicar - nos, de forma estruturada e meticulosa, as  práticas, objectivos e ambivalentes sentimentos sobre os acontecimentos futuros, provocadores de decisões que devem passar pelo filtro social e cultural de cada responsável, pessoa ou organização. De certa maneira, pré – estabelecer regras e comportamentos de aplicação geral, a situações únicas, até cronologicamente, é uma limitação da Liberdade.

Em cada tempo e para cada modo, há uma especificidade irrepetível, só perceptível a quem assume a questão, e ousa. e quer criar
A  quem ambiciona o diferente, o melhor ainda que desconhecido, a quem aceita a responsabilidade de falhar, de ser dono da própria vida, em seu intento de SER evolução e futuro.

Nós, somos e manifestamo-nos:

Defensores, e solidários em defesa acérrima da LIBERDADE  DE PENSAMENTO,

obedientes na acção às leis que em liberdade e por métodos democráticos sejam concebidas, assumimos e assumiremos sempre os riscos inerentes Á `defesa da LIBERDADE
Da LIBERDADE continuamente LIBERTADORA. das formas e conceitos de a conceber , regenerar e defender. LIBERDADE sem dono nem mestre, sempre e tão só
expressão genuína daquilo que somos. LIBERDADE Concreta e tão relativa como a vida que sejamos capazes de organizar, por muito que isso nos custe.






Sem esquecer que a  LIBERDADE só é perigosa para quem a defende, não desistiremos de afirmar publicamente, sempre que as nossas forças o permitam, que estamos disponíveis e motivados para receber quem quiser vir, assim como,  para acompanhar quem necessitar da nossa  companhia.
OS fóruns “Liberdade e Pensamento Crítico” a realizar sempre que as energias dos defensores da liberdade o possibilite, sem restrições de lugar ou tempo, são os momentos de prova da nossa fidelidade à causa da Liberdade.

Porque assim pensamos. estamos convictos e firmemente decididos a tudo fazer
para que aqueles que. no começo de suas vidas. ainda não são “activos defensores da LIBERDADE E DO PENSAMENTO CRÍTICO” se integrem. rapidamente, livremente, nesta raiz, neste pensamento,  que não há machado que corte.!

Não temos patrimónios materiais que sirvam de alavancas para promover nossas ideias ou a imagem social  de nossas vidas, elementos  Povo,  somos átomos positivos  , duma Sociedade diversa, multi-Celular,  que só em Liberdade pode  evoluir e sobreviver, seja qual for a surpresa do futuro.         




Camilo Mortágua
30 de Setembro de 2019

sexta-feira, 26 de julho de 2019

uma estratégia de combate aos incêndios promovendo o repovoamento


Em defesa
De uma estratégia de
Prevenção e combate
Aos grandes incêndios
Fomentando o repovoamento.


























Camilo Mortágua
Telef.967.720.854
Julho de 2019




Incêndios e Repovoamento  -  Documento base para discussão.
A zona piloto  restrita.
Defende-se a criação de uma zona piloto restrita, abrangendo um certo número de Municípios, normalmente os mais afectados pelos incêndios florestais, onde seriam aplicadas políticas e iniciativas diferenciadas, de apoio à prevenção e combate aos incêndios por métodos favoráveis ao repovoamento dessas áreas.

Tendo em consideração a importância decisiva da presença humana para evitar que as pequenas ignições se transformem em incêndios de grandeza incontrolável, a questão do aproveitamento do combate aos incêndios para estimular o repovoamento, parece-nos uma questão central da maior importância.

Reconhecendo os condicionalismos orçamentais que o País atravessa, as nossas sugestões, procurando reduzir a escala dos investimentos julgados  necessários, recomenda a criação desta dita área restrita, abrangendo numa primeira fase experimental dois ou três Municípios “exemplo” alargando-se numa segunda fase a uma dezena de entre os mais afectados pelos fogos, onde seriam aplicadas as medidas julgadas, ao mesmo tempo; as mais eficazes, inovadoras e de menores riscos e custos.

No essencial, defendemos optar, drasticamente, mas com realismo, por dar preferência máxima à prevenção e combate aos incêndios, por forças terrestres suficientes, permanentes  e profissionalmente preparadas. Suportadas por verbas provenientes de diversas fontes:. Privados, Municipais, Regionais, Nacionais e por transferência das economias feitas em aluguer de meios aéreos.

Estas forças terrestres, deveriam constituir o corpo executivo duma entidade Municipal publica,(chame-se ATM- Autoridade Territorial Municipal) ou outra coisa  mais adequada, responsável directa, a jusante e a montante, pela planificação e gestão da Protecção e Conservação da natureza e pelo ordenamento do território.
Sugerimos que estas  forças terrestres sejam constituídas tendo por base de cálculo para o seu número, o volume de trabalho de cada Município, por exemplo o número e características dos hectares a defender por município, e a adopção de um critério padrão para o necessário número de pessoas por hectare, com trabalho permanente o ano inteiro.
Número de pessoas necessárias e equipamentos adequados  à maior produtividade possível por pessoa, nas condições próprias de cada tipologia de terreno e carga de combustível.
Estas pessoas, pagas 20 a 30% a cima do salário mínimo, devem passar a ser habitantes das aldeias  semi – abandonadas   do respectivo município, alojadas, com as respectivas famílias, nas casas desocupadas dessas aldeias e logradouros despovoados, a preços moderados, intermediados pelos respectivos Municípios.

“Pessoas para prevenir e combater as causas da falta de pessoas”

Porquê e para quê, uma Zona Piloto. - Contra incêndios pelo repovoamento ?

Em primeiro lugar , porque não seria possível nem útil generalizar políticas positivamente diferenciadas a todo o País, mesmo também para zonas onde a vida parece passar-se “á beira mar plantada”

Depois porque a configuração do território nacional, sendo hiper diversa, conta com enormes manchas onde, nem os homens mais afoitos nem a natureza alteraram profundamente  o acidentado relevo dos solos, com tipologias ultra favoráveis aos riscos de incêndios,
 
territórios de picos altaneiros  e profundos vales cavados em cadeias sucessivas, criando contínuas limitações de horizonte, encerrando lugares de isolamento pouco convidativos à fixação de pessoas, onde mais falta fazem.

Territórios onde impera a actividade florestal e se amontoa o combustível dos incêndios.
Nestas manchas territoriais, onde por ironia, abundam as melhores nascentes e cantam  algumas das mais puras águas do País;
É aí, que o fogo, ladrão do trabalho e do pão de quem por lá labuta teimando desesperadamente por recomeçar a vida a cada ciclo de incêndios; deve encontrar a primeira e principal linha de oposição.
A força de todos nós, a única capaz de o vencer e dominar, em terrenos por nós escolhidos. – As zonas de combate aos incêndios , pelo repovoamento

Quantificação teórica de valores aproximados
Para a substituição  progressiva dos  meios aéreos. pelo emprego de meios humanos.

Para um Município de  +_400 km 2 de área.
Com 75% de área florestal.
                      --------------------    
Equipado com uma força de 10 brigadas, de 6 homens cada, trabalhando todo o ano, com equipamentos adequados, ( moto - serras, roçadoras, viatura, e demais ferramentas ligeiras necessárias )

Uma equipa técnica de enquadramento jurídico e orientação produtiva, dotada de competências e equipamentos próprios, para exercer controlo da aplicação de leis e normas em vigor. Com 6 a 9 elementos. A um custo estimado de 250.000€ ano.
                                                                       250.000
Custos aproximados: ano
60 homens a 800 € Mês + encargos x 13 meses=936.000€.                                            936.000
50% para equipamentos   ………………      468.000
Consumíveis diversos   ………………..       280.000
                                                                    1.934.000
Vantagens:
- Mais 60 empregos no Município.
- Possivelmente mais 60 famílias a residirem e a
-.Contribuírem para combater o isolamento e desenvolver
  a economia local.
-.Possivelmente mais 60 residências abandonadas em aldeias
  quase desertas a serem ocupadas, a preços acessíveis.

-.Outra e melhor qualidade nos serviços de prevenção, com limpezas permanentes todo o ano, e todos os anos, até estabilização duma situação de muito menores riscos.

-.A possibilidade de poder rever a actual distribuição de responsabilidades, (fiscalização, administração territorial etc, a nível municipal.)

- A possibilidade de dotar os Municípios de maior risco, de uma
Força autónoma e competente para tratar dos assuntos de ordenamento do território e conservação da natureza. (incêndios florestais .e licenciamentos  de obras inclusive.)

Viabilidade económica
Dos 49 milhões afectados para meios aéreos no orçamento do estado, destinar um apoio de um milhão por município para este efeito, dá e sobra para apoiar o número de municípios florestais.  (8/10) onde a medida se justifica..
Os serviços de limpeza efectuados por esta força, terão de ser pagos a uma taxa fixa por hectare…assegurando parte substantiva do seu custo..



Na opinião de alguns técnicos do sector, a prevenção contínua, com meios adequados, essencialmente  humanos e locais, é  preferível  aos meios aéreos, por deixarem  no terreno para uso permanente as linhas de penetração humana que de outra forma desaparecem cobertas pela vegetação natural.

terça-feira, 9 de julho de 2019


A Sociabilidade nas pequenas
Comunidades alentejanas.

A realidade da sociabilidade nas pequenas  comunidades alentejanas, que saibamos, não chega , (como em quase todo  o espaço rural do país), para justificar o nome de “comunidade”.
E…talvez se deva a esta realidade mal e pouco estudada, muitas das dificuldades em conseguir uma maior e mais rápida ascensão cultural e o correspondente progresso das populações rurais.

Crê-se…parece ser assim…Será?

Na maioria dos casos, nasce-se, vive-se e morre-se, em casas nas quais, sempre se falou das mesmas coisas, se glorificou os mesmos santos e pecadores, os mesmos pecados.
Os mesmos valores, sempre se fez, como sempre se tinha feito, sempre se rejeitou o diferente, sempre se falou baixo e se guardou com pudor extremo os segredos da casa, cada casa, é a “capela” onde se adoram os mesmos símbolos e se  guardam as histórias das vidas de quem lá mora e de quem lá morou.
 As histórias de vida, mas também as crenças e os pensamentos, os anseios e ilusões e as verdadeiras impressões sobre o Mundo de hoje.
Casas que ninguém de fora frequenta, e de onde os moradores não saem
para ir às casas vizinhas, dos amigos (desconhecidos)  que, apesar de vizinhos: -  têm lá as ideias deles.
Uma vida inteira  sem recorrer a qualquer pretexto evocativo capaz de justificar uma abertura deste espaço “ íntimo” para uma refeição, uma conversa, uma confraternização,
ou uma troca de opinião ou de informação que possibilite a mínima possibilidade de entre - ajuda para resolver um problema pessoal ou aumentar  o próprio conhecimento cívico e cultural, atrofiado pelo reduzido e redutor espaço da sua “CAPELA”.

Certo, em alguns casos há a fuga até à catedral do lugar. A Praça ou o Largo, ou o Café ou a Tasca, porém parece que ao sair de casa; os assuntos que têm a ver com a “CAPELA” são TABUS para as conversas de café.
 Seja como for, como aqui  esboçamos, ou de outra maneira, melhor ou pior, pensamos que uma análise séria e mais próxima da realidade se impõe, porque, aparentemente o:
Isolamento Social  das pessoas e famílias das pequenas comunidades rurais, pode ser um travão ao desenvolvimento cultural destas populações, que importaria combater.

C. Mortágua
Alvito, Julho de 2019

sábado, 6 de julho de 2019

Sociabilidade das pequenas comunidades rurais.

a cézar o que é de cézar ?


 

 

A CÉSAR

O QUE É DE CÉSAR ( UM ROOLS ROICE )

AO POVO,

O QUE É DO POVO,  (A GERINGONÇA )

                                            

O Costa tem razão…?



É muito mais  confortável  e seguro
ver a paisagem através dum vidro escuro
dum automóvel de gritos
que  apanhar com poeiras e mosquitos,
ainda que aplaudido e saudado 
a descoberto sentado
com toda a paciência
na  “geringonça” da sua sobrevivência


Ou então…falta de firme orientação…

O Costa equilibrista
Precisa de ter á mão
O CéSar elitista
O bom e o mau “agente”
Em política, uma inovação?
Olhe que Não…
É coisa do antigamente !

quarta-feira, 3 de julho de 2019

paiol natural !

                                                                         Paiol natural
                           Como ninguém sabe o dia de amanhã...vale mais prevenir que remediar

segunda-feira, 1 de julho de 2019

populismos


 POPULISMOS:

…_E O MUNDO PULA E AVANÇA
             COMO BOLA COLORIDA, NAS MÃOS DUMA CRIANÇA”

Que importa, para a criança, as cores da Bola…? - se ela  for redonda, bela e colorida!.

Que importa para o Homem comum, o sentido novo das velhas palavras, agora usadas, para dizer coisas de significado mal conhecido?

E… como diria o “Senhor Silva”… não havia……. necessidade!

É sempre possível , dar nomes aos bois, dar-lhes os nomes deles…sem floreados, nem abrangências pouco concretas, é de sua natureza serem cornudos, e marrar!

Pessoas capazes de ajudar um ladrão a fugir, para poder acusar o polícia de não ser capaz de prender o gatuno;
Defendendo que a autoridade têm que  ser mais forte e poderosa para combater os “criminosos”,
 Incentivando as pessoas a que se revoltem contra quem governa, na esperança de  se substituírem  aos governantes: estes,  são procedimentos populistas.

Quando alguém se aproveita do descontentamento de uns para combater outros, em seu próprio benefício –  é populista.

Quando alguém engana o povo, pretendendo ser o “salvador do Povo”, prometendo –lhe o que não pode dar ou fazer – é um político populista.!


Como, regra geral, todas as acções públicas sociais e políticas desenvolvidas em nome individual podem ser suspeitas de populismo.   As acções sociais e políticas, quando abertas à `livre participação e de organização colectiva, são muito menos sujeitas ás
Tentações populistas.
Não é  fácil caracterizar os processos populistas, as variantes são quase infinitas, se por vezes não parecem aquilo que são , outras são aquilo que não parecem, a participação colectiva e o conceito de organizações abertas á participação com objectivos bem definidos, são bons indícios para o lado da democracia, mas não garantem  a sinceridade dos protagonistas..                                                                                                                                                                                        
O ressurgimento dos populismos políticos, estão a ser, normalmente justificados com as fragilidades da Democracia. A insegurança social,  o desemprego como consequência do  acolhimento aos refugiados, o banditismo como consequência da pobreza ,O próprio respeito democrático pelos direitos dos cidadãos; são bandeiras utilizadas pelos populistas, para enfraquecer a democracia e acabar com as Liberdades.                                                                                                                                                                                                
Mas…quando alguém aponta os erros e responsabilidades de quem governa e incita as pessoas a se organizarem para colectivamente lutarem pela melhoria das suas condições de vida, sejam,   estas pessoas, intelectuais ou simples cidadãos anónimos, não as podemos tratar de populistas.  

terça-feira, 25 de junho de 2019

uma nuvem escura


Da nuvem escura, dum tempo de borrasca




Ser ou não  pessoa com opinião,
no princípio tem de ser afirmado
com a energia da mocidade. sem esforço
Passado o tempo moço
Nada nos é dado
Perde-se a ilusão

Que cara é a vida
Quando dela  não se pode
Retirar futuro
Fruto maduro
Que o tempo sacode
Da memória perdida


Quer se queira ou não
Passado está feito
Certo ou errado
Foi o fado
Que saíu do peito
Momento de paixão


tudo foi  ordenado
verão e inverno,
na  estrada da vida
ao destino oferecida
como descida ao inferno
dum ORFEU,castigado.

A PRISÃO DA VIDA

Às pernas, falta disciplina
Com a cabeça a comandar
Aquelas encostam-se á esquina
Esta, tem vontade de voar !
Nesta situação, ao coração
Só resta, navegar
á bolina, até ao Mar…

Falar do interior para o mundo
Pelas janelas
Do blogue PI.CADELAS.
Pode alimentar o ego
Mas não é prego
Que pregue  razão
nas mazelas  do coração.


domingo, 23 de junho de 2019


A estabilidade Política, e as Políticas estáveis.

com a verdade me enganas?”

O 25 de Abril de 74 tem quase meio século, mais precisamente, celebrará em Abril próximo o seu quadragésimo quarto aniversário.
Durante este já longo período, tenho escutado, com alguma insistência, discursos de muitos dos nossos mais reconhecidos democratas e governantes, a  defenderem a “estabilidade Política”.

 A fazerem a defesa da “Estabilidade Política” assim, tão só e apenas em duas palavras – Estabilidade Política. – como um bem.

Como já por cá ando há umas largas décadas, dou por mim a interrogar-me sobre essa coisa da – estabilidade política – será um bem tão grande, tão bom, tão universal, tão genérico e neutro, que possa ser defendido por Salazar,Pinochet,Franco e seus iguais, ou, igualmente,   pelos mais legítimos paladinos da Liberdade e dos direitos Humanos, do nosso período após Abril.

Nisto. Há gato.
Chego a conclusão que a minha “inteligência” não me permite perceber onde está “o gato” mas, ouvindo à minha volta, verifico que a maioria dos que me rodeiam, padecem de idênticas incompreensões!

Como acredito que a necessidade aguça o engenho, tenho tentado, como se diz: – “aprofundar a questão;”  mas, as dúvidas continuam muitas…  ainda não desisti..

-No concreto, que coisa será essa da “estabilidade política”?
Os dicionários dizem-nos que – estabilidade, significa: - (coisa segura, firme, reconhecida, durável), ora tudo isto é  mais  aplicável ás ditaduras que ás democracias, nas ditaduras a vontade dos ditadores e os instrumentos de repressão são duros e estáveis, para serem donos do poder até morrer. Nas democracias, como quem manda é o povo, e o povo são muitos, e com muitos interesses, pode haver e há, surpresas, e a estabilidade só dura enquanto o povo quiser…(mesmo enganado) será isto que explica que ditadores e democratas defendam a estabilidade, ou os dois defendendo a estabilidade, estarão a defender coisas diferentes, que deveriam ser explicadas e não são,

Se assim for, compreende-se que os ditadores não nos expliquem a sua “estabilidade politica”mas os democratas, deviam perceber a necessidade de explicar, de que estabilidades nos falam:. Porque podem ter razão ou não.

Se nos falarem em defesa da estabilidade de Princípios respeitadores dos direitos humanos. Se nos falarem em defender instituições democráticas e organizações instituídas por leis por elas aprovadas…podem ter razão e serão escrutinados pela sua sinceridade ou fingimento.

Se nos falarem em defesa da estabilidade dos seus instrumentos de repressão, da estabilidade da implantação da vontade de quem manda, e da obediência aos seus interesses, mesmo que de maneira camuflada, a esses temos que dizer: - abaixo a estabilidade.

Em resumo; à luz do pensamento crítico.


Exijamos que nos expliquem de que estabilidade política se trata, quando a ela se referem.

Até porque a estabilidade funcional de responsáveis políticos, por longos tempos nos mesmos lugares, todos o sabemos, pode ser a iniciação e estímulo a estabilidade da  corrupção!.




Estabilidade política IMPOSTA – NÃO.

Estabilidade política escrutinada Democraticamente SIM.


  
sem análise e definição específica de referência, A  “estabilidade política”.funciona como  MITO,na cabeça do Povo.)






Os nossos mitos de estimação:

Quando queremos  criar  uma nova acção ou actividade, ou quando pretendemos  desenvolver quaisquer ideia, recorremos à memória, e lembramos  experiências passadas que nos possam ajudar.
Quase fatalidade, esta maneira de proceder impõe-se-nos naturalmente.
Ao longo da vida, uns mais, outros menos, todos nos servimos do passado como referência para tentar melhorar o presente.

Quando temos um problema para resolver, vamos á procura de saber como outros o solucionaram e, quando muito, fazemos algumas adaptações de circunstância  para melhorar o ajuste á nossa realidade, inspirados no que já existe, avançamos convictos de ter procedido de forma correcta e inovadora!

Raramente ou nunca, rejeitamos essas referências e  nos damos ao trabalho de analisar o nosso problema por si, e a sua correlação com o nosso tempo, procurando uma nova solução.. A tendência para nos aproveitarmos duma experiência anterior impõe-se-nos.

Esta contínua e natural maneira de proceder, respeitando, por vezes inconscientemente. uma certa linha de continuidade de pensamento sobre as coisas, transforma as “melhores” práticas do passado, ou assim julgadas, em Tradições

Com a repetição da mesma prática e o passar do tempo, as tradições  transformam-se em património cultural: de valor intocável, símbolo incontestável
de identidade cultural, ou princípio constituinte e celebrado do modelo político-administrativo vigente. Algo parecido com um MITO. – ( algo ou alguém  que é  representado e aceite de forma impressiva, acrítica, mas geralmente admitido como coisa certa e incontestável..

Sobre certas organizações das públicas administrações de hoje, prevalecem apreciações positivas de modelos organizativos de inspiração romana que, embora diferentes dos primitivos, ainda guardam anacronismos que hoje devem ser considerados falhas graves relacionadas com  as preocupações e cuidados ambientais e de Conservação da Natureza..

Neste caso, está (em minha opinião) a apreciação actual sobre o Municipalismo que temos.

Elogia-se e classifica-se repetidamente o Municipalismo que temos, como a melhor das  coisas  de Abril.
Sem recuo algum sobre as suas desadequações ao tempo presente, em que as questões ambientais e de conservação da natureza são assuntos de vital importância para a sobrevivência da Humanidade.
Condenamos ou aplaudimos, comportamentos ditos desviantes e incorrectos, ou positivamente exemplares, dos autarcas quando, na sua grande maioria, as incorrecções são consequências quase sempre impostas por políticas sem sentido, e responsabilidades erradamente afectas  a estruturas   pensadas para outros tempos, com sobreposições ou carências que impossibilitam o alcance de objectivos estabelecidos desadequadamente., transformando em vítimas, muitos  autarcas voluntariosos e esforçados..

O que se julga nestes casos, não  são os comportamentos das pessoas, mas o enquadramento  a que são sujeitas, e a falta de preparação para as funções que exercem, sem pretender anular os casos em que os actos são mais que merecedores de justo castigo..

As Câmaras Municipais de hoje, existem essencialmente para tratar das relações das pessoas com o Estado,de per si e através da regulação das relações das pessoas entre si e com os seus patrimónios, e das relações das pessoas com os serviços sociais básicos. Mas,
na prática, muito pouco com  as questões ambientais ou de conservação da natureza nos seus territórios.
 É simples!
As Câmaras preocupam-se com as pessoas, ( eleitores ); as pessoas preocupam -.se com o que é delas. Com aquilo que é de todos, como o ar que se respira, que se preocupem os outros!

- Então porque não vais á Assembleia , defender o te assunto?
- eu não…era o que faltava!
Eles que resolvam, para isso os elegemos e lhes pagamos
 

Num País pequeno, de grande diversidade de relevo, paisagem, cobertura vegetal,  densidade demográfica, etc.; utilizamos modelos administrativos, normas e critérios de avaliação , demasiado genéricos e imprecisos, causadores de surpresas práticas em contradição com os resultados esperados.

Talvez valha a pena, deter-nos alguns momentos para tentar encontrar respostas  a perguntas que se impõem, sobre o Municipalismo existente:


a)-  que autoridade e estrutura tem por objectivo estudar, administrar, controlar, fiscalizar com conhecimento e autoridade, método. persistência e permanência; as questões relacionadas com a defesa e conservação da natureza, nos territórios municipais, pedaços do todo Nacional.

b)   quem é responsável por controlar e aplicar  a legislação directa e indirectamente relacionada com o ordenamento do território, aos diferentes níveis , da freguesia à inter municipalidade.

c)-  Quem legisla, regula e fiscaliza todas as alterações nas infra-estruturas  municipais.

d)-  quem fiscaliza, aplica as leis e executa as  decisões relativas à prevenção de incêndios, sobretudo nos municípios densamente florestados

e)-  Quem tem a responsabilidade de defender a conservação e fertilidade dos solos municipais e a articulação entre áreas intra-municipais.


Sim, já sei.
Todos dirão, e em todos os casos, - AS CAMARAS MUNICIPAIS!





   estarão elas em condições de corresponder ás necessidades do tempo presente?



Na prática…será verdade?
Será certo, que as Câmaras na sua infinita variedade dimensional e de natureza, estão adequadamente dotadas de organização, meios humanos, equipamentos e legislação adequada para a plena e competente realização dos objectivos essências aos cuidados de conservação da natureza e ordenamento dos territórios?

Será certo que as Câmaras foram criadas para estes fins?

Se a resposta for -  SIM! –tudo bem, podemos esquecer o assunto, e se for NÂO ? - que fazemos?

Na actualidade, uma Câmara Municipal , aplica nestes assuntos que têm a ver com os cuidados com o seu território,  20 a 30 por cento dos seus recursos e tempo, se muito.. O restante é dedicado a tratar dos problemas das pessoas, dos problemas dos munícipes, dos problemas sociais, políticos e administrativos das pessoas, e das relações destas com os seus patrimónios.

Conservação da natureza…questões ambientais…ordenamento do território….alterações paisagísticas…poluição de águas, limpezas de orevenção, são coisas
“muito importantes”para pensar nelas quando houver tempo.!

Sou de opinião que há importantes  inovações a ir fazendo nesta área, determinante da qualidade de democracia que queremos, e com consequências positivas  e abrangentes, da educação à saúde, da economia à Paz  nas Comunidades locais. E em  toda a sociedade.

Entre as inovações susceptíveis de melhorarem significativamente o desempenho e as relações entre autarcas e populações, pode estar, por exemplo, alguma desconcentração de poderes e responsabilidades, sobretudo nas áreas mais vocacionadas para a conservação e defesa da natureza.
As relações de proximidade existentes entre governantes e governados, nas pequenas e médias comunidades, provoca uma informal e casuística relação que tende a criar nas populações a ideia de que, na prática, o Senhor Presidente é que resolve  tudo1

Na ausência, a nível local, de responsáveis públicos directos por certas áreas, todos os caminhos levam ao Presidente. Este, por sua vez, cuida da sua imagem, prometendo e reforçando a tendência de a tudo dar resposta, ocasionando circunstanciais frustrações mal digeridas.
Será ou não, um erro pensar que ao nível local também é necessário, compartimentar poderes e políticas?
Dada a real diversidade da complexidade de cada município, será eficaz e democrático,
deixar á iniciativa de cada comunidade a dimensão e organização da sua autarquia?

Pode considerar-se natural uma certa tendência dos “primeiros ministros” municipais para dispensarem, ou ultrapassarem, sem consequências, os “ministros municipais” sectoriais, tornando-os desconhecidos das populações?
 Desresponsabilizar  politicamente a  função técnica dum funcionário intermédio , (  é tão grave, como não assumir a responsabilidade política de líder autárquico.)

A melhoria significativa  da transparência que o Municipalismo  deve às populações não depende unicamente de grandes alterações de princípio, mais ou menos onerosas, o reconhecimento do princípio em si mesmo, já seria importante.

Coisas simples, é certo!
Casos há, em que um simples cartaz colocado á entrada da autarquia, com o modelo organizativo e os respectivos nomes dos responsáveis , pode substituir, em parte, a necessidade de discutir e identificar publicamente o melhor modelo organizativo, para a dimensão e características  daquela autarquia, embora, perdendo desse modo.o valor didáctico duma discussão colectiva e uma decisão democrática.

O que aqui se defende não é a realização de inovações de aplicação geral, ( sublinhamos o
aspecto da quase total originalidade de cada município), o que defendemos é que o enquadramento geral deve valorizar as diferenças, criando uma grelha tipológica, com critérios quantitativos e qualitativos influentes no resultado final duma classificação democraticamente aceite.

Governar democraticamente…. Pode não ser…governar com o consentimento tácito do povo, com o consentimento a posterior…bem sei que quem é eleito, recebe, com a eleição, uma delegação de poderes, porém bem avisado anda o governante, que tem em consideração…”que ninguém deve delegar, sem o poder de controlar o efeito da delegação.

Pelo que aqui se diz, ( também pelo muito que se poderia dizer se submetêssemos o Municipalismo existente ao rigoroso crivo do Pensamento Crítico), o que pretendemos, de certa maneira e sem jactâncias, é…que o MUNICIPALISMO existente , sem discussão pública, não venha a correr o risco de se transformar num MITO, - UM GRANDE PÉ DE BARRO PARA A DEMOCRACIA.