Esclarecimento:
Entendemos por “simples evidências” as questões que pensamos
serem de compreensão razoavelmente consensual entre diferentes “analistas opinadores”
da questão grega.
Primeira evidência:
Até 25 de Fevereiro de 2015, data da eleição do Syriza. Os dirigentes
da União Europeia entregaram aos diferentes Governos eleitos pela Grécia,
Governos ditos socialistas ou aparentados (mas na sua prática política, fieis
defensores de políticas favoráveis ás poderosas e incontroladas oligarquias
financeiras e capitalistas do país) a totalidade do dinheiro que gerou a
monstruosa dívida que deu origem à aplicação das medidas de austeridade que
incitaram o povo grego a votar no Syriza na esperança de que um partido de
esquerda pudesse estancar a hemorragia da corrupção interna e (pelo menos)
conseguisse suavizar a dura austeridade, convencendo os prestamistas da Europa
da impossibilidade de pagar nos prazos e condições exigidas, sem afectar
gravemente a própria capacidade do País para poder ir gerando riqueza para pagar
dívidas.
Segunda evidência:
Face à eleição de um governo anti-capitalista, os
prestamistas da UE julgando estar a defender os seus interesses…disseram; – alto
lá, não se pode permitir que estes “jovens inexperientes de esquerda” logrem o
menor sucesso para os seus intentos, se isso acontecer, todos os actuais e
próximos governos dos estados membros da união que nos apoiam, ficam em
dificuldades perante as oposições de esquerda. Por outro lado… nós os que
vivemos de emprestar, não podemos correr o risco de ficar sem clientes, que é o
que acontecerá se permitirmos que nos paguem “quando puderem” sem precisar de
voltar a pedir emprestado!
Quem paga, tem que necessitar voltar a pedir, se não lá se
vai o negócio!
Terceira evidência:
Os povos da Europa, a começar pelo Grego e as esquerdas
europeias, ainda não compreenderam a verdadeira natureza dos sentimentos e
maneiras de ser dos capitalistas e do capitalismo, admitindo incoerentemente
que estes “também são humanos”e, portanto, susceptíveis de uma “boa acção”!
Quarta evidência:
Lograr que a tragédia grega possa - ser mais um passo para o
lento esclarecimento da desumana coerência do capitalismo como doutrina social
para a Paz e harmoniosa governação da Humanidade -, é o melhor dos resultados a
esperar de cada acção.
PARA a esquerda solidária e anti-capitalista, o importante é
dispor de oportunidades para lutar e demonstrar ao Mundo, quem são e como agem
infalivelmente os acumuladores de capital, os defensores do Capitalismo.
A nossa solidariedade é com as lutas, sem dependências dos
resultados. Sem dependências das hipotéticas boas vontades dos capitalistas.
Não podemos depender de tácticos resultados circunstanciais,
porque dependemos, queiramos ou não, do avanço da compreensão dos povos, sobre as
razões dos capitalistas para serem nossos inimigos.
Só compreendendo-os como realmente são, será possível
vencê-los democraticamente.
Camilo Mortágua
nem mais a BASE compreender e PARTIR DAÍ
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